terça-feira, maio 09, 2006

Jogo sem regras...mas seria tão mais fácil apenas sentir...

Ela queria poder dizer tudo. Mas não, por algum motivo não diz. Mede atitudes, palavras, luta contra si mesma para não colocar tudo embaixo da torneira e fazer com que a esperança escoa ralo abaixo.
Luta, pois ainda ilude-se com a esperança.
Faz e acontece para ser notada, para ser olhada, não por todos, apenas por ele. E ele não nota, não olha, não enxerga que tudo que ela faz é só pra agradar. Por vezes ela até pensa que agradar não é o suficiente. Gelo. Mas não adianta.
E ele mais uma vez surpreende. Ela derrete. Ela quer fugir dele e ele a convida para uma fuga a dois. Porém, no instante seguinte se arrepende e muda. Inconstância, palavra de ordem.
Palavras que ficam no ar. Elas sim incomodam muito. Ele diz, ela finge que acredita. Ela diz, e ele sabe que é verdade.
Ela ouve aquele blues melancólico que expressa sabiamente seu estado de espírito. Cansa. Ouve então a voz de dentro: “É hora de tentar surpreender também”
Se faz de sonsa e diz que são apenas bons amigos. Arrepende-se no mesmo instante. Vira de lado, pensa nele e jura que será a última chance. Favas. Não será.
Ela inventa historinhas com finais sempre felizes. Pra ela a felicidade está nele. O que não é de se espantar. Inconstância, palavra de ordem. Muda de idéia. Ele nunca a fará feliz, ela pensa. Mas não, ela sabe que nestes casos pensar não adianta e, contraditoriamente, agir também não iria resolver. O que fazer?
Ele joga. Ela entra no jogo dele. Instantes depois...ele sai do próprio jogo deixando ela assim, sem entender e nem saber pra onde ir.
Ela tenta uma conversa. Ele diz estar ocupado. Ela se mantém firme, arruma alguma coisa pra fazer para que instantes depois também possa não dar atenção a ele. Mesmo sabendo que isso não vai acontecer. Ele chama, ela titubeia, mas cede.
Ela está cega. Ele não vê o próprio sentimento.
Ele a confunde. Ela está disposta a tentar.
Ela não sabe lidar com ele. Ele não sabe lidar com ela.
Seres extremamente parecidos, e eles sabem disso.
A mulher segue o instinto. O homem deixa o instinto segui-lo.
Ela ama e ele não resolve.

6 Comments:

Marcelo Mello said...

Melhor mesmo seria ter continuado apenas com o "blues melancólico". "The sky is crying", de SRV, seria uma boa pedida!

Abraços

Marcelo

Daniel Santos said...

oi!

Anônimo said...

Estou aqui refletindo sobre esse texto tão rico de situações, tão vasto de interpretações, e tão verdadeiro em mostrar um momento em que duas pessoas se (des)encontram, (des)tecem esperanças e mostram suas fragilidades.

O que será que leva duas pessoas a se digladiarem, a se oporem, a se machucarem, num jogo que consegue apenas minar forças, desestabilizar, provocar emoções negativas, e afastá-los cada vez mais?

Às vezes é tão difícil compreender o outro! Mas muitas vezes somos nós mesmos que colocamos barreiras, inconscientes talvez, mas que ficam ali à nossa frente, impedindo o avançar dos passos.

Enfim, amiga, são os desencontros da vida que homem e mulher custam a acertar.

Que seu fim de semana seja pleno de alegrias, de surpresas, de sorrisos. Um beijo no coração!

Anônimo said...

e as vezes por isso que não da certo!

Anônimo said...

É difícil mesmo!...mas é preciso ir em frente...e tentar construir uma história nova...

Beijinhos!

Anônimo said...

É difícil mesmo!...mas é preciso ir em frente...e tentar construir uma história nova...

Beijinhos!

 
Layout By Natalia Gregolin