tag:blogger.com,1999:blog-276104512024-03-06T23:31:41.692-08:00JORNALISTA SEM CAUSA"Sem horas e sem dores, respeitável publico pagão. de ontem em diante toda palavra proferida será aquela que conduz realmente a vida, pois acredito que não importando a origem, as pessoas erradas são aquelas que falam correto porém não vivem o que diz." (Fragmentos de O Teatro Mágico)Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-32201333924166367282008-06-18T22:26:00.000-07:002008-06-18T22:27:09.914-07:00A Testemunha<p align="center">Sorrisos, choros, confissões. Um olhar, muitos olhares. Momentos de solidão, de contemplação e até mesmo de reprovação. Mais do que presente nas longas noites insones. Algumas pessoas podem ser capazes de passar boa parte de suas vidas o evitando. Mas ele sempre fiel, está lá, notando, anotando, guardando cada movimento, gesto, expressão. Uma imagem fixa.<br /> Tantas confidências, tantas mentiras contemplativas, tantas verdades ocultas, tantas omissões, conversas agradáveis ou não pela madrugada a dentro.<br /> Aliado das coisas boas, rival das coisas ruins. Desafiador e calado, é capaz de julgar e só ele faz isso com tanta delicadeza e destreza.<br /> Testemunha oculta e imperceptível. Um passado cheio de detalhes. Nem um sagrado confessionário guardaria tantos segredos quanto ele. São incontáveis as lembranças de um espelho.</p>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-29099690047071619382008-05-13T18:18:00.000-07:002008-05-13T18:23:13.463-07:00Mentiras ao acaso<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.salesdantas.com/painel/banco/mentiras2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 200px;" src="http://www.salesdantas.com/painel/banco/mentiras2.jpg" alt="" border="0" /></a><br /> <div style="text-align: justify; font-family: arial;"> </div><div style="text-align: justify; font-family: arial;"> </div><div style="text-align: justify; font-family: arial;"> </div><div style="text-align: justify; font-family: arial;"> </div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:100%;"> Palavras desconexas que não fazem o menor sentido e por acaso redescubro-os. Também ao acaso descubro o novo, os pés e as mãos.<br /> O que antes julgava ser meu, que apenas para mim havia definição, por acaso não tem mais significado algum. Sinto que não sinto, que não mais me é perturbador.<br /><span style=""></span> Ao sentimento não atribuo mais a culpa, deixo que a culpa se atribua ao contexto.<br />A mente, mente por mentir. Sem aviso, sem nexo, sem vergonha. Engana a mim e ao que ouve o que tenho a dizer. Mas nessa culpa não há mentira. Não nessa. Não sou eu que quero enganar, nessa confusão também sou vitima.<span style=""><br /></span> E por mentir, a mente prega peças. Puxa o tapete sem o menor pudor me desafiando a acreditar. E por acaso acredito.</span><span style="font-size:100%;"><span style=""><br /></span> Chamam a isso de ilusão, eu, a isso, chamo de paixão que cega, sobrevive pelo acaso. Não tem hora, nem lugar, nem dia e nem menos clichês. Casualmente chega e se instala. Impossível passar desapercebida. No começo, até se camufla nas entrelinhas, mas na mentira da mente encontra forças e se alia para a conquista de território. E está declarada a guerra.</span></p><div style="text-align: justify; font-family: arial;"> </div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: arial;"> </p>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-72186512511222294702008-05-05T20:35:00.000-07:002008-05-05T20:41:45.935-07:00Desabafo<div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">O texto que postarei abaixo foi escrito há mais de 6 anos e estava perdido em uma agenda antiga.<br /><br /><span style="font-size:100%;"><br /></span></span><div style="text-align: justify;"> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12;"><br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://xicoriasexicoracoes.files.wordpress.com/2007/04/solidao.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 200px;" src="http://xicoriasexicoracoes.files.wordpress.com/2007/04/solidao.jpg" alt="" border="0" /></a><span style="font-size:100%;">Não dá mais pra aguentar esse sentimento que tanto me machuca.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Um sentimento que deveria ser bonito e sustentado pelos dois,<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Agora desmorona pois sozinha eu não consigo!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Já pensei em desistir, não por não Ter forças pra lutar e sim por não Ter mais forças pra sofrer! Preste atenção no que está fazendo, vc não sabe a falta que vou te fazer!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Pode parecer prepotencia minha dizer tudo isso, mas a situação já se tornou insustentável!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Quando vc está com alguém, meu coração apreta e parte-se ao meio ,<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Vendo vc em um abraço que não nem um pedacinho do meu! Chega!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Uma coisa que deveria ser saudável, <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Torna-se agora algo que corrói, destrói!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Não sei serei capaz de segurar as palavras de ódio que parecem querer saltar da minha garganta num grande impulso, mas sei que sou incapaz de dizer uma única palavra atravessada quando se trata de vc! <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Não me faça mais chorar, não me busque mais em sonhos, não siga mais meus pensamentos, não quero mais sofrer!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Odeio tudo, tudo, mais ainda o fato de não conseguir te esquecer!<o:p></o:p></span></p> </div><div style="text-align: left;"><p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;"><o:p></o:p></span></p><br /><span style="font-style: italic;"></span></div></div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-68547214253683063122008-03-28T12:09:00.000-07:002008-12-09T02:48:38.861-08:00Mundo Moderno (Chico Anysio)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih9dlua6ohdIHPAFSB0ZkOdYscbs2REgoakTCFo_6emd0dXnqqLzs-6lcZIA10kw58RhRDSCvy5pCY5jdwAouast3l4SGMDTnFhExBMdZMQf-phA09EH9O_EDwjcUXIEf6Lhy5ZQ/s1600-h/mendigo.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih9dlua6ohdIHPAFSB0ZkOdYscbs2REgoakTCFo_6emd0dXnqqLzs-6lcZIA10kw58RhRDSCvy5pCY5jdwAouast3l4SGMDTnFhExBMdZMQf-phA09EH9O_EDwjcUXIEf6Lhy5ZQ/s200/mendigo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5182876534474493490" border="0" /></a><br /><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div>Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias. Majestoso manicômio.<br />Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio (maior maldade mundial).<br />Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna, monta matungo malhado, munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior.<br />Manhãzinha move moinho moendo macaxeira (mandioca). Meio dia mata marreco mas já melhorzinho. Meia noite mima mulherzinha mimosa. Maria Morena, momento maravilha, motivação mutua mas monocórdia mesmice.<br />Muitos migram. Macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente. Malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais desprezo.<br />Metade morre.<br />Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas mariposas mortificando-se moralmente.<br />Modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas.<br />Mundo medíocre.<br />Milionários montam mansões magníficas, melhor mármore, mobília mirabolante, máximo da megalomania. Mordomo, Mercedez, motorista, mãos magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando.<br />Moradia meiagua, menos, marquize.<br />Mundo maluco, maquina mortífera.<br />Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos, maldito mundo modermo. MUNDINHO DE MERDA.<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt; text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKGTSPdJMpd-jrghlTfgtCVooYfJfmWQnr9FJaHQ12NlLQkdTpWJmSA6aqAMLnl8AKUiyZLdq3nIDRgZE7xO_HJSljTP1wMhvvKnVneTfP2FN1jtHZgiC3dq-mSGqqf3ih3XG3uQ/s1600-h/canysio.jpg"><img style="cursor: pointer; width: 68px; height: 92px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKGTSPdJMpd-jrghlTfgtCVooYfJfmWQnr9FJaHQ12NlLQkdTpWJmSA6aqAMLnl8AKUiyZLdq3nIDRgZE7xO_HJSljTP1wMhvvKnVneTfP2FN1jtHZgiC3dq-mSGqqf3ih3XG3uQ/s200/canysio.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5182876659028545090" border="0" /></a></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-style: italic; font-weight: bold;">Chico Anysio</span><span style="font-style: italic; color: rgb(153, 153, 153);"><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"></p>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-47554536409143023072008-01-23T11:50:00.000-08:002008-12-09T02:48:38.996-08:00Letras de mão ou de forma?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi29gQ4GeHoEP7M8CYWOBG6G1pV4__xH0UCmhVXU-zBAilRuIbN4PY11GOHaawBoxF0V-66ROOv1KuZf2NNHENESoG2cKnZEWWFhBn4zPP9XDoZRhpAvvYRekgx1n59rZWMNzYStA/s1600-h/escrever-bem.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5158762880995241874" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi29gQ4GeHoEP7M8CYWOBG6G1pV4__xH0UCmhVXU-zBAilRuIbN4PY11GOHaawBoxF0V-66ROOv1KuZf2NNHENESoG2cKnZEWWFhBn4zPP9XDoZRhpAvvYRekgx1n59rZWMNzYStA/s200/escrever-bem.jpg" border="0" /></a><br /><p align="justify">Caneta esquecida, caderno de lado, semi-analfabeta na arte de desenhar as letras. As palavras parecem que fogem a medida que cada haste surge. Não há botão de apagar, apenas o rabisco como aliado para “desescrever”.<br />Garrancho, vários rabiscos, sem corretor ortográfico automático. Letras de mão ou letras de forma? Até a gramática manual é preguiçosa. E que experiência esquisita essa de voltar a escrever “à unha”. O último contato com a caneta ou foi para anotar rapidamente um telefone ou para assinar um cheque...quando muito, escrever um bilhete.<br />Tecnologia da preguiça. O pecado capital como efeito colateral da modernidade, coisa que ninguém previa.<br />Hoje é um tal de celular que faz café, TV que sente cócegas, abajur que canta canções de ninar e tantas outras esquisitices que até da pra esquecer que o ser humano anda e fala.<br />Daqui alguns anos talvez a genética mude e a forma humana se adapte nascendo com os dedos quadrados e achatados, prontos para apertar botões. Botão para dormir, botão para acordar, para ir ao banheiro, para engordar e até mesmo para emagrecer (o que seria um ótimo álibi para a publicidade dos fast-food´s).<br />Entretanto, o cérebro humano provavelmente não acompanhará tais avanços. Já não acompanha simples modificações no cotidiano.<br />Muitos hábitos podem ser modificados, mas alguns velhos costumes perpetuam através dos tempos.<br />Não há um botão “delete” para as palavras proferidas, não há tecla “sap” para sentimentos incompreensíveis, não há “rec” que eternize lembranças e não há “copy” para que um ser seja idêntico ao outro.<br />Modernidade até que é bom, mas ser escolado em coisas simples da vida é melhor ainda.</p><br /><div></div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com37tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-24084304590737196802007-07-21T21:26:00.000-07:002007-07-26T16:52:32.008-07:00Pela Janela<a href="http://img107.imageshack.us/img107/3489/justmorethanacandlebyemoleinap2.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand" alt="" src="http://img107.imageshack.us/img107/3489/justmorethanacandlebyemoleinap2.jpg" border="0" /></a><br /><p align="justify">A calmaria daquele rosto na janela, não revelava nenhum tipo de paz. Era o único rosto naquele dia, o único naquela hora, assistindo a todos que voltavam apressados para casa, tentando fugir da chuva. Mas era justamente por trás daquele rosto inerte na janela, por onde parecia se mover um verdadeiro temporal.<br />Foi em um dia chuvoso como esse que se conheceram. Namoraram, curtiram a vida da melhor forma possível e casaram-se dois anos depois. Nadia amava Marcos de forma incondicional e Marcos retribuía à altura.<br />Ela recordava tudo naquele breve instante em que olhava pela janela e já não era dona dos seus próprios sentidos. Ela guardava aquele segredo há anos e não poderia mais conviver com aquela tortura. Seus músculos enrijeciam-se à simples idéia de como ele reagiria. Envolta nesta atmosfera chuvosa, como uma criança que se esconde sob o cobertor da própria cama, ela decidiu que até o fim da chuva deveria concluir o que fazer.<br />Não pensou muito, pois tal ato a impediria de cumprir com sua obrigação de não mais lhe omitir a verdade. É fato que já haviam passado-se anos após o ocorrido, mas Nadia estava decidida a dividir o fardo que carregava sozinha. Não poderia imaginar a reação de Marcos depois de tanto tempo e nem gostaria de assim fazer.<br />Foi até a mesinha de cabeceira de seu quarto com pouca luz e que cheirava a cigarro e da segunda gaveta tirou um caderno muito velho onde anotava os números de telefones. Procurou pela letra M e logo na primeira linha da folha encontrou o numero de Marcos. Lembrava-se exatamente do dia em que anotara aquele numero ali.<br />Respirou fundo, riscou um fósforo e sem pestanejar telefonou:<br />- Marcos?<br />- Sim, quem fala?<br />- É Nádia.<br />Embora tentasse esconder o nervosismo, Marcos não conseguiu conter a respiração ofegante.<br />- Olá Nádia, quanto tempo.<br />- Tempo mesmo. Estou precisando conversar com você. E precisa ser hoje, espero que tenha tempo.<br />- Hoje? – pestanejou um pouco, mas concluiu – Daqui à uma hora pode ser?<br />- Ótimo! Onde é melhor pra você?<br />- Pode ser na sua casa?<br />- Perfeito!<br />- Mas não vou poder demorar muito!<br />- Pretendo não demorar mais que 10 minutos para falar-lhe.<br />- Me espere então!<br />- Ok.<br />- Até mais.<br />- Até.<br />Colocou o telefone no gancho e tentou conter as lagrimas de desespero que escorriam-lhe à face. A esta altura o cigarro em que acendera já queimava sozinho no cinzeiro. As horas se arrastavam e sua angustia aumentava. O tic-tac dos ponteiros eram como marteladas em sua cabeça confusa. Por onde começaria? Com se explicaria, se é que havia uma explicação para aquilo tudo?!<br />Próximo a hora marcada, ela deu uma olhada rápida no espelho por uma ponta de vaidade que existia ao saber que iria encontra-lo. Enfim a campainha tocou. O corpo de Nádia estremeceu inteiro e ela não conteve o desespero. Titubeou e por um momento pensou em desistir da idéia. Mas não. Agora que havia começado, teria que ir até o fim.<br />Aproximou-se da porta e colocou as mãos sobre ela como se tentasse sentir as vibrações que vinham do outro lado. Com uma das mãos na maçaneta virou lentamente e a abriu da mesma forma. Do outro lado da porta havia um homem que há muito Nadia não via. Marcos estava mais velho e com feições de preocupação com o chamado inesperado.<br />Marcos entrou e Nadia o deixou a vontade oferecendo seu velho sofá azul para que ele sentasse. Ofereceu-lhe uma bebida mas ele recusou dizendo ter pressa.<br />Nadia começou então a falar-lhe com um pesar imenso na voz, quase choramingando. Ele engolia cada palavra que saia daquela boca prestando muita atenção no discurso de Nadia.<br />Era o que Marcos temia, ela enfim tocara no assunto da separação. De fato ele não queria de forma alguma reviver os últimos momentos que estiveram juntos, mesmo porque, tudo aquilo era muito doloroso para ambos. Nadia mal entrou no assunto e Marcos inquieto consultou o relógio, como querendo fugir da própria realidade. Não dera tempo de Nádia se explicar e num súbito se levantou dizendo não querer saber daquela história. Em meio a insultos por parte dele e um choro compulsivo por parte dela Marcos saiu sem olhar pra trás dizendo que o que ela tinha feito com ele há 14 anos não tinha perdão.<br />Nádia até tentou ir atrás dele, mas suas pernas a traíra. Em fração de segundos revivera o ultimo dia que o vira e a noticia que ela jamais deveria ter dado gritava em sua cabeça.<br />Ela sabia muito bem do sonho de Marcos em ser pai, revivia cada instante daquela ultima vez. Talvez por ingenuidade e pouca idade, caíra na besteira de, na época, contar a Marcos que havia abortado uma criança, mas não era exatamente isso que a castigava tanto durante tantos anos.<br />Num súbito, Nadia correu até a janela e gritou para Marcos que se aproximava do seu carro para ir embora daquele lugar.<br />- Fiz o que fiz por amor. O filho não era seu.Talvez até tenha piorado as coisas dizendo isso. Mas o que sentia agora era seu resto de vida se esvair junto com a chuva que caia pela janela.</p><br /><div></div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-67183237310788757772007-07-18T17:38:00.000-07:002007-07-26T16:53:24.262-07:00Quarto 23<a href="http://www.juliananina02.blogger.com.br/janela%202.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand" alt="" src="http://www.juliananina02.blogger.com.br/janela%202.jpg" border="0" /></a><br />Acendeu um cigarro, talvez o décimo daquela noite. As mãos estavam visivelmente trêmulas. Nos olhos, um misto de medo e euforia. Deitou-se na velha cama rangente do hotel e consultou o relógio. Só depois deu uma olhada nas paredes e no teto. O cheiro de mofo daquele quarto entravam por suas narinas e invadia seus pulmões provocando-lhe um enjôo inconsciente. O estomago reclamava, mas o externo nem ao menos sentia. Estava anestesiado, em choque.<br />O telefone, ao lado da cama, berra ao seu lado em vão, Armando não cede ao chamado. Na realidade, nem nota que o telefone está tocando.<br />Da janela do terceiro andar quase não dava para ver nada. As poucas luzes que invadiam o quarto iluminavam os tacos quase descolados do chão e o velho espelho já manchado pelo tempo. A lua, mais cheia e clara do que nunca, flutuava e testemunhava sem saber que ali, naquele quarto, estava um homem de 47 anos decidindo o resto de sua vida.<br />Mas a decisão distanciava-se cada vez mais. As horas se arrastavam, denunciadas pelo relógio de pulso que Armando consultava a cada longos cinco minutos.<br />Parecia mais uma espera do que uma decisão. Até poder-se-ia dizer uma terrível decisão.<br />Levantou-se em súbito e foi até seus pertences que se encontravam recostados na cadeira de madeira escura no canto do quarto. Tirou os sapatos, as meias, em seguida, a camisa. Deu uma olhada pela janela e por um breve instante esqueceu-se de seu real propósito de estar ali. Começou a lembrar-se da vida fora daquele quarto e antes daquele dia. Era um homem solitário, que já fora muito bem sucedido. Hoje, sem esposa que o deixara por ganância, sem filhos, pois era estéril, vivia na ilusão das mascaras sociais. Achava que um dia ainda poderia reconstruir tudo aquilo que um dia perdera numa mesa de pôquer. Aparentemente feliz, tendo seu velho gato Bill como único confidente, por vezes se esquecia do seu triste destino. Sofria de uma grave doença nos pulmões.<br />Porque fora se lembrar disso agora? Sentia-se sufocar só de pensar em sua doença. Os médicos já haviam garantido apenas mais alguns poucos meses de vida. E ele tinha que se decidir antes de amanhecer.<br />Um choro compulsivo invadiu suas entranhas e tomou conta do seu semblante que agora era desesperador. Com as mãos suadas e a respiração ofegante, abriu sua maleta e dela retirou três objetos. Um bloco de notas, uma caneta e um revólver. Por alguns minutos, contemplou o ultimo objeto retirado da maleta com uma expressão insana nos olhos. Vidrado, repousou a arma na escrivaninha e apanhou os outros dois objetos. Parecia enfim ter se decidido. Rabiscou algumas poucas palavras. Foi até a mesinha de cabeceira onde estava o telefone e o cinzeiro imundo e apanhou um papel que ele mesmo deixara lá ao chegar. Deu uma breve olhada ao redor, e em seguida no papel. Ficou a contempla-lo por um breve momento. Titubeou. Tentou raciocinar mais um pouco, mas o impulso foi mais forte. Apressou-se até a janela, apanhou o bloco de notas, colocou o papel da cabeceira junto ao bilhete recém escrito e sem pestanejar, engatilhou o revólver e tirou a própria vida com um tiro no peito. Lentamente, caiu sobre o assoalho empoeirado. Seu sangue começara a se espalhar logo.<br />O dono do velho hotel, que ouviu o estalo da bala perfurando o peito do hóspede, chegou rápido ao quarto 23. Sabia que o som vinha de lá, pois naquele dia (como eram quase todos os dias) o hotel estava vazio. Deu três breves batidas na porta e não obteve resposta. Aflito, resolveu entrar assim mesmo. A porta estava apenas encostada. Ao ver a cena bizarra de um suicida, entrou em estado de pavor. Correu até ele para se certificar de que estava mesmo morto. Ao se aproximar, o bloco de notas em cima da mesa chamou sua atenção. Tomou-o nas mãos e mal podia conter o desespero misturado com alegria ao ler o bilhete:<br />“Não poderei gozar de tal privilégio. Você que me encontrou fará mais bom proveito disso do que eu! Antecipei minha morte e ao mesmo tempo sua alegria. Armando”<br />O papel junto ao bilhete confundiu ainda mais o dono do hotel. Não conseguia entender porque alguém se suicidaria por conta disso. Era contraditório. Ninguém, até hoje, nunca se matou ao ter nas mãos o bilhete premiado de uma loteria milionária. Mas Armando foi diferente.<br /><div></div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-27461623723695303522007-07-18T17:17:00.000-07:002007-07-18T17:26:13.432-07:00Operação Faxina...<a href="http://www.dtd1poko.blogger.com.br/faxina.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand" alt="" src="http://www.dtd1poko.blogger.com.br/faxina.jpg" border="0" /></a><br /><div>Arrasta os móveis, enrola tapete, pega o espanador, a vassoura, os panos, o rodo, os baldes e mãos a obra. Tirando quase dois dedos de pó desse blog fico quase envergonhada do estado em que ele estava. </div><br /><div>Agora posso receber novamente os amigos. Fiz a reforma e já está tudo em seu devido lugar. </div><br /><div>Respirem fundo, sintam o cheirinho de tinta fresca que está aqui...dá até gosto não é mesmo?! </div><br /><div>De volta a ativa após férias prolongadas do mundo blogueiro!!! </div><br /><div>Ok, ok, mereço puxões de orelha por ter me ausentado tanto, e olha que nem tive motivos para isso. Não tive filhos, não casei, não terminei namoro (e nem comecei), não estava com o braço quebrado, não estava doente. Estava apenas sumida. Parafraseando Elisa Lucinda, resolvi dar uma morrida por uns tempos..</div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-55972460678342480552007-05-13T18:51:00.000-07:002007-07-26T16:53:52.484-07:00Corra<a href="http://i33.photobucket.com/albums/d79/arrozal/williamRopp.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand" alt="" src="http://i33.photobucket.com/albums/d79/arrozal/williamRopp.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Os olhos estavam cheios de medo. Corria aturdido pelas ruas escuras e imundas do subúrbio que morava. Mal podia sentir o chão logo abaixo de seus pés, quão rápida era a troca deles. Parecia mais um velocista. O suor salgado escorria pelo seu rosto. A camiseta que já não era mais branca estava empapada de suor. Algumas manchas de sangue compunham a aterrorizante aparência do jovem. Nas mãos, o revólver com o tambor vazio que segurava com firmeza. Provavelmente o teria usado, mas não se lembrava. O pavor tomava conta da situação e apagara de sua mente o propósito da fuga insana. Algumas breves olhadas para trás para conferir a aproximação de seu perseguidor. Mas nada se via além das luzes dos postes que ele deixava para trás. Não subestimava a astúcia do inimigo. O medo aumentava. Ele corria ainda mais rápido. Só o som dos seus passos ressoavam em meio ao silencio. O cheiro de lixo dos becos em que se enfiara invadia suas narinas e confundiam-se com o cheiro de sangue seco do seu rosto. Os pés doíam, mas isso ele só constataria depois. Desfalecendo de pavor sem parar um minuto sequer de correr, traia suas pernas que chegavam a falhar. Tentava pensar, lembrar-se porque estava correndo tanto, mas não conseguia. O mundo parecia não mais existir, apenas medo. Sentia vontade de vomitar, mas não, não podia parar agora. Estava agora a poucos metros de distância de sua casa. Olhou mais uma vez em volta, desesperado. Demorou-se para encontrar suas chaves. O terror estava estampado em seus olhos lacrimejantes. Após alguns longos segundos, com as mãos trêmulas, conseguiu com algum esforço encontrar o objeto procurado. As chaves, naquele momento, pareciam não caber no buraco a ela destinado. Não conseguia conter o pavor. Alguns grunhidos de medo saiam da sua boca sem que ele pudesse controlar. Finalmente conseguiu abrir a porta. Mais uma olhada rápida para fora para se assegurar de que o perseguidor não estava lá. Batera a porta com força e a trancou. Subiu as escadas correndo de lado. Protegendo, ainda que na segurança de sua casa, a retaguarda. Afinal, não ignorava o fato de não estar sozinho ainda. O som do velho assoalho da escada só aumentava mais a sensação de terror que tomava conta dos seus sentidos, o anestesiando. Entrou em meio a tropeços no banheiro e exaurido fechou a porta. Recostou a cabeça na parede e finalmente respirou. Ainda não raciocinava. Foi até a pia, abaixou os olhos e lavou as mãos ensangüentadas. Encarou-se no espelho por alguns segundos e ao invés de ver seu rosto sujo e suado, viu sua namorada dando o ultimo suspiro com perfurações de tiros em todo o corpo numa cama de motel. Matara Giulia por ciúme e dizia agora a si mesmo em meio a um choro compulsivo: “Como fugir do mostro assassino que me persegue se ele está dentro de mim?”</div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1159329048528480412006-09-26T20:46:00.000-07:002007-07-26T16:56:05.246-07:00Ninguém deixa a menina assim<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/1600/solidao.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/200/solidao.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">A menina que espera por carinhos na verdade quer mesmo é um telefonema que nunca chega. Sente falta do seu Ninguém.Ninguém quer vê-la triste, faz carinho e a deixa assim.Ninguém não quer estar com ela, pois ela sempre alegremente triste espera por aquelas olhos que Ninguém vê.Quando Ninguém chegar, ela retoca a maquiagem e se olha no espelho, vendo aquilo que Ninguém verá. Ensaia uma dança e volta ao espelho, favas, Ninguém verá, Ninguém virá.E a incansável espera continua, por vezes até mesmo saudosista.Senta na frente do seu computador, com seu gato sobre os pés, aconchegado. Esperando por alguém que quando chegar deixará Ninguém preocupado.Ela espera Ninguém acordada de olho no relógio, prestando atenção no tic-tac dos ponteiros, que incomoda, mas não, ela não quer incomodar! Para tanto, tira as pilhas do companheiro para não desviar sua atenção dos preparativos para a chegada de Ninguém e nem deixar o tempo passar para que Ninguém possa vir quando ela menos esperar.Destila seu perfume inventando a felicidade ao sentir o cheiro do seu Ninguém. Inventa uma frase, um carinho para que Ninguém aprecie.E devagar, sem pressa, ela adormece, sentindo Ninguém ao seu lado, vira de lado, e volta a dormir depois de imaginar que Ninguém iria chegar. </div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1156471693405584012006-08-24T19:01:00.000-07:002007-07-26T17:02:54.254-07:00Uma histórinha antes de dormir<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/1600/lua_inforum_insite_combr.0.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/200/lua_inforum_insite_combr.0.jpg" border="0" /></a> E o final da história nunca chega. A menina sempre adormece antes.<br />Mas pra ela, os finais sempre são felizes, pois ainda não possue a experiência de finais diferentes. Inventando sonhos cheios de magia ela se presenteia com as possibilidades que ela mesma cria.<br />A Lua que se apaixonou pelo Menino. Uma história de amor de cabeceira que a ela foi contada. Um amor que nós sabemos do final. A lua e o menino. Amores distantes. Amores de mentira que só existe nos contos de fada.<br />Mas para a menina não. Adormeceu antes do “the end” e em seu sonho de criança pegou carona no primeiro foguete e reinventou o amor, o verdadeiro. Aquele que se alcança quando quer e não quando pode.<br />Ah, se a linda menina soubesse dos desamores, dos dissabores, com certeza choraria soluçante ao ver que tudo era apenas sonho e que aquele sentimento tão bonitinho, tão verdadeiro, tão intenso, fora mastigado e corroído pela maturidade hipócrita.<br />Que mal haveria no amor que a Lua sentia pelo Menino? Porque não torna-lo real já que não há possibilidade de decidir os caminhos que o coração vai trilhar?<br />A menina nunca soube do final dessa história e ninguém jamais saberá enquanto se deixar guiar pela razão, esquecendo que quando se trata de amor, o melhor é deixar o coração agir. Sem pressa e nem cautela. Sem razão, sem os pés. Entrega-te ao próprio sonho de criança de amar e ser feliz. Ser ingênuo nas questões do coração não é uma questão de conveniência, e sim de sabedoria!Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1153841868259849122006-07-25T08:24:00.000-07:002007-07-26T17:03:45.898-07:00Uma vida em rascunho...A foto estática, sorrisos inalterados, inacabados, perdidos em um domingo qualquer, engolidos pela poeira da última década, explicitando felicidade hipócrita. Alguém chorou, alguém pediu, alguém balbuciou seu primeiro som, alguém fez do travesseiro seu único amigo e companheiro.<br />E aquela ausência..., sendo mais uma vez ausência, e repetindo-se como temível e inevitável ausência. Romance triturado, mastigado, corroído, sofrendo processo erosivo. "Até que a morte os separe", e não foi ela que os separou, esteve próxima em noites de desespero, mas não foi ela que os separou.<br />Trabalho melhor, futuro melhor, vida melhor, busca eterna por ascensão, ganância inconsciente. Escravidão temporal, doutrina do relógio, turbulência noturna. Pijama pelo chão, camisa amassada, pasta abarrotada, na torrada um vestígio de manteiga, no criado um bilhete desolador.<br />Novamente a barriga crescendo, telefone fora do gancho, na cama uma agulha de tricô. Um soluço, uma lágrima e algumas drágeas dispersas no colchão. Mamadeira, chocalho, pacote de fraldas, boneca de pano, primeiro sutiã, chave do carro, coleção de namorados, abandono do lar. Tempo perdido, assinatura no contrato, solidão como única companheira, a lembrança que não ficou, a espinha que não secou, o fato que não fora fato, a história acabada no meio da folha, uma vida roída por traças, a antagonista que ninguém assassinou.Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1152321281085704902006-07-07T18:03:00.000-07:002007-07-26T17:04:14.373-07:001/2<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/1600/pq%20borboleta.0.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/200/pq%20borboleta.0.jpg" border="0" /></a>Uma metade de mim quer gritar, a outra canta.<br />Uma metade de mim quer voltar, a outra luta e fica.<br />A metade que grita é a mesma que foge. Foge pra longe mas sempre com o pensamento por aqui. <div align="justify">Os pensamentos adquirem a forma de uma borboleta, que voa, voa pra longe mas não dura mais que 24 horas. A inconstância me persegue e a inconsequencia também, isso porque metade de mim ve as coisas de dentro para fora e a outra metade de fora para dentro.<br />Os pensamentos fogem de mim, qualquer ruido me chama a atenção. A rua aqui do lado é movimentada e metade de mim é atenta aos ruidos que não estou acostumada e a outra metade se concentra em descrever os pensamentos, que são borboletas, que são fujonas, que são lindas, mas que não duram mais que 24 horas.<br />As horas se espalham, uma metade nos ponteiros, a outra no tempo. O tempo...tempo...tempo...ri dos meus devaneios se o conto pelo relógio. Relógio, tic-tac, pilhas e novamente o tempo. Não tenho tempo para pensar nele...borboleta...24 horas.<br />Metade de mim conta o tempo pelos ponteiros, a outra nem o ve passar. Enquanto penso, o tempo passa. Esfria o tempo e o tempo passa. Metade pensa, metade esfria e metade passa.<br />Penso em amor e passa, metade da alegria e metade da tristeza. Contrapontos. A alegria do amor complementa a tristeza que o mesmo traz. A tristeza prevalece mas metade disso é alegria.<br />As metades.<br />Metade da vida somos inconsequentes sem causa e na outra também, porém, por vezes, casualmente conscientes.<br />Metade de mim quer sair de mim mesma e ver o que se passa do lado de fora, a outra metade reluta e fica para desatar o nó.<br />Metade está quieta e a outra fala até pelos cotovelos. Metade mente e a outra não. Metade chora e a outra sorri. Metade ama, e a outra também. </div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1151464591487634672006-06-27T20:14:00.000-07:002007-07-26T17:04:46.401-07:00O poeta mudo<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/1600/poeta%20mudo.0.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/200/poeta%20mudo.jpg" border="0" /></a><br />Enquanto chora o violão eu penso. Penso nas alegrias, na vida que passa sem que ao menos déssemos conta. Penso nos dedos do violonista que corre pelas cordas entoando um sentimento indescritível, nada se sabe sobre a vida do poeta mudo, que utiliza da voz de dentro e não aquela conhecida voz das palavras.<br />E viajo junto com ele enquanto um cigarro queima esquecido no cinzeiro. Seriam das noites frias e insones que viriam a inspiração para se dizer de amor ou ódio sem dizer uma palavra sequer? Ou viriam de dentro de uma caixa que o compositor guarda dentro do seu violão junto com as lembranças?!<br />Nada se sabe sobre o poeta mudo, sobre o poeta que sem as palavras que não fazem a menor falta diz mais do que se usasse tantas mil. Não se sabe da dor ou da alegria que sentia ao dedilhar doces palavras mudas no seu violão.<br />O sentimento do instrumento invade meu ouvido como se quisesse reger as batidas do meu coração, me conta histórias tristes e alegres, histórias de amor e ódio, basta eu me permitir ouvir e entender da maneira que me for propícia neste momento.<br />O chiado do velho vinil me faz refletir sobre quão velho é o sentimento. Alguns anos se passaram e ao ouvir os típicos chiadinhos que se confundem com as notas penso que o tempo jamais desvirtuará o caminho do amor, do ódio, da alegria ou da tristeza. O sentimento não envelhece, com o tempo torna-se mais belo e fortalecido, com capacidade de diversas interpretações e formas de se sentir. Sentir aqui também com a conotação de ouvir, ouvir a voz de dentro que conduz a trilha sonora de uma vida toda. Como as notas daquela bela música que tudo diz sem mencionar uma única palavra, levemos assim nossas vidas, entreguemo-nos nas mãos do compositor e deixemo-nos levar sendo entendidos facilmente.<br /><br /><em>Homenagem ao violonista e compositor Baden Powell</em>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1150510577750608002006-06-16T19:12:00.000-07:002007-07-26T17:05:23.710-07:00...um presente da saudade...E lá estava o senhor de barbas brancas, longas, assoviando uma cantiga indecifrável, lembrando quem sabe das canções que saiam do violão do filho. Quanta saudade daquelas cantigas entoadas com inspiração. Sempre alegraram seu dia, fossem saídas dos dedos do filho ou das mãos da esposa que bailavam sobre o piano com tanto amor nas horas angustiantes e doloridas.<br />O lindinho de uma perna só! Era assim que ele próprio se denominava por conta da ausência de uma perna!<br />Em um jardim bem próximo, lá estava ele! Sob a sombra fresquinha de uma arvore alta e robusta. Um jardim próximo mas desconhecido. Não por ele!<br />Continuava a assoviar, com os olhos semicerrados, o pensamento longe, quem sabe até aqui por perto. As vezes arriscava um gesto desengonçado como se quisesse reger a trilha sonora de nossas vidas do lado de cá.<br />Suas longas barbas brancas, não acostumadas em ali estar escondem as marcas dos sofrimentos a que fora submetido há mais de uma década, o deixando assim tão sereno, alvo e lindo.<br />O senhor não mudou, ainda continua no misto de ser rabugento e sorridente, sofrido e dedicado, atencioso e desatento!<br />O jardim tão lindo onde ele repousa é tão distante quanto próximo que as vezes parece estar logo ali do lado. Do lado das lembranças de outras vidas, dos devaneios, dos sonhos, da imaginação. Do lado da vida, pois é justamente onde ela acaba que se pode começar a ver o verde infinito e terno do jardim onde agora repousa o vovô.<br /><br /><em>Homenagem ao vovô Antonio Gregolin que muito nos faz falta. Falecido há um pouco mais de 10 anos e que por algum motivo que não consigo definir me encheu de inspiração ontem a tarde enquanto eu ouvia meu pai tocar violão!</em>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1149824140261410622006-06-08T20:28:00.000-07:002007-07-26T17:05:43.066-07:00Sobre tudo, sobre a vida!Sem pensar no que pode acontecer, sempre tiro os sapatos para que meus pés apreciem o chão gelado ou quente. Inconseqüente sou sem causa, inconsciente sem conseqüências.<br />As pilhas do relógio retiro, para que o tempo estacione naquele momento.<br />Momentos são iguais quando igualmente são encarados. Vidas são diferentes quando todos parecem ser iguais. Não existe momentos ou coisas parecidas. Raridades são vistas todos os dias sem que nos déssemos conta.<br />A verdade estampada na cara é massificada pelas mentiras que são impostas para que nelas acreditemos. E a mentira escancarada é aquela que gostaríamos que fosse verdade.<br />Nada é por acaso, até mesmo este texto sem lógica que diz de tudo e todos!<br />A má gramática da vida nos coloca entre pausas, entre virgulas, e estar entre virgula é aposto, para tanto, eu aposto o oposto que de ontem em diante serei o que sou e não o que teimam em dizer.<br />Sou o que sou, sempre me atirando do alto e pedindo pra que me atirem no peito pois retiro os sapatos e as pilhas, mas da luta nunca me retiro. E se ontem um pedaço de maçã me bastava, hoje exijo a fruta inteira. Da fruta eu tiro a polpa, para manter o ciclo natural das coisas, a essência das pessoas, os fatos consumados e não as mentiras que pregam na minha cara.<br />Tudo tem uma conexão, até mesmo o dia, a noite e a madrugada que são separados apenas pelo canto de um galo velho. O dia é igual a noite, mas, o dia sempre mente a escuridão, a noite mente o que não está claro, o dia e a noite mentem o que não queremos enxergar.<br />Sem pensar no que pode acontecer, ajo por impulso, se é que ele age por mim. As pilhas, os sapatos, as verdades, as mentiras, a noite ou o dia, o acaso e o oposto, todos em sincronia na grande harmonia da vida!<br /><br />PS: esse texto trata-se de fragmentos de pensamentos tirados de O Teatro Mágico em conjunto com Maíra Viana que textualizei conforme o que penso!<br />(apenas precaução para que não ocorra mal entendido novamente...)Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1148576566984873632006-05-25T10:01:00.000-07:002007-07-26T17:06:18.139-07:00"... dia mente a cor da noite e o diamante a cor dos olhos. Os olhos mentem dia e noite a dor da gente..."<div align="justify">Sentada em frente as horas, espero o dia passar. A cadeira em que me apoio sabe mais sobre mim do que os olhos que não me vêem.<br />A espera me cansa e me conforta. Gosto de me torturar. Espero, esqueço, olho pra dentro de mim e tento me esconder das minhas ilusões escondendo as alegrias.<br />E por falar em alegria, onde será que eu a guardei? Debaixo da cama? Olha pra lá, não quero que me veja nesta cena ridícula...Olho pra debaixo da cama. Não, ela não está lá!<br />As horas mastigam os segundos lentamente, como quem degusta um raríssimo prato, ou uma deliciosa sobremesa. Elas se fantasiam de coisas que só têm significado pra mim. Colocam mascaras pra enganar o próprio tempo por elas contado. E o tempo afasta as lembranças e deixa a saudade. O tempo não volta atrás e vida não para!<br />A luz da lua me conta os segredos que o dia esconde<br />Tudo é uma farsa. Pasmem. As horas, os minutos, o dia e a noite, os olhos e a luz deles.<br />Escancarando um sorriso, imagino que posso mudar o mundo. Ocultando uma prece, vejo que nada tem valor. Sorrir ou pedir?<br />Nada sei sobre sorrisos, a não ser que eles me enchem de uma alegria que por vezes se torna passageira. Nada sei sobre preces.<br />Quantas vezes mais aquela estrela cadente irá me virar a cara me negando um pedido? Quantas vezes mais terei que ir buscar as fotos que atirei pela janela, pendura-las no varal e observar o tempo secá-las? Quanto mais terei que esperar alguém chegar, alguém que me empreste apenas um colo ou quem sabe um sorriso meia boca? Será que ainda terei que buscar sonhos atrás da geladeira, embaixo do armário? Quantos dias mais terei que colocar a fé na mesa para ser julgada? Quantas horas mais terei que ficar aqui, recostada esperando as mesmas horas passar?<br />O ponteirinho marca quinhentos e vinte dois minutos, enquanto o ponteirão marca trinta e quatro horas. O tempo dá saltos. Chega às vinte cinco horas, mas o dia não acaba!</div><div align="justify"></div><div align="justify">PS: créditos do título para Fernando Anitelli e O Teatro Mágico</div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1148228764292811482006-05-21T09:24:00.000-07:002007-07-26T17:07:06.881-07:0021 de maio, meu aniversário, estou literalmente sem palavras!E a pobre aniversariante que recebe os parabéns, alguns sinceros e outros nem tanto se encontra com um vocabulário restrito: “Obrigada!”, pois não há mais nada a dizer.<br />Por vezes até fica uma situação meia constrangedora. Te desejam coisas maravilhosas e você só pode dizer Obrigada. Tudo bem que tal palavra possa realmente demonstrar a gratidão pelos votos de felicidade, mas em algumas situações parece que um misero Obrigada jamais seria suficiente. Não sendo, qual outra palavra seria cabível neste momento? “Te desejo tudo isso também!(?)”...”Por favor, você não engana ninguém com essa falsidade!(?)”...”Acredito em você, mas queria mais que um simples parabéns!(?)”...”Me dá um abraço!(?)”<br />Creio que nessa situação seja mesmo cabível apenas um “Muito Obrigada”<br /><br />Obs.: e fica o dito-pelo-não-dito mais uma vezNatalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1147561085847248052006-05-13T15:57:00.000-07:002007-07-26T17:08:37.057-07:00Sobre o não-dito<div align="justify">Em uma das minhas diárias visitas aos tantos blogs disponíveis na Web, me deparei com um texto que se intitulava Sobre o não-dito.<br />Coloquei-me então a pensar nas tantas coisas engolidas, empurradas garganta a baixo que, por algum motivo de força maior não são debulhadas.<br />Diariamente engolimos sapos homéricos que indigestamente nos ataca as paredes estomacais.<br />Tantas coisas lindas ou não que ficam entaladas na traquéia e que para viver harmoniosamente na mentira mastiga-se melhor e engole-se.<br />Como diria Cazuza, somos canibais de nós mesmo, uma vez que nos dispomos a anular-nos na condição de falantes pelos cotovelos. Se Fulano fala demais com certeza não seria ele a sofrer de gastrite nervosa.<br />Fica então o dito pelo não-dito. Trezentas e cinqüenta e oito frases diárias são mastigadas, engolidas e não digertidas, apenas caladas, emudecidas e veladas pela vontade de abrir a boca e vomita-las.<br />Sendo assim, concluo que a vontade de falar fica só na vontade todos os dias. A vontade de olhar nos olhos e explicitar felicidade ou ódio guardamos na garganta para mais tarde se confundir com o suco gástrico. E enquanto isso, esfriamos os sentimentos calando a própria voz, confundimos as dores de estomago crônicas com as dores no peito por não ter falado.<br />Implorando para ser ouvida a voz de dentro nos expressando com os olhos quando fosse cabível uma única palavra, vamos esfriando mais e mais o coração que agora cabe entre os dedos.</div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1147236421078669492006-05-09T21:43:00.000-07:002007-07-26T17:09:07.113-07:00Jogo sem regras...mas seria tão mais fácil apenas sentir...<div align="justify">Ela queria poder dizer tudo. Mas não, por algum motivo não diz. Mede atitudes, palavras, luta contra si mesma para não colocar tudo embaixo da torneira e fazer com que a esperança escoa ralo abaixo.<br />Luta, pois ainda ilude-se com a esperança.<br />Faz e acontece para ser notada, para ser olhada, não por todos, apenas por ele. E ele não nota, não olha, não enxerga que tudo que ela faz é só pra agradar. Por vezes ela até pensa que agradar não é o suficiente. Gelo. Mas não adianta.<br />E ele mais uma vez surpreende. Ela derrete. Ela quer fugir dele e ele a convida para uma fuga a dois. Porém, no instante seguinte se arrepende e muda. Inconstância, palavra de ordem.<br />Palavras que ficam no ar. Elas sim incomodam muito. Ele diz, ela finge que acredita. Ela diz, e ele sabe que é verdade.<br />Ela ouve aquele blues melancólico que expressa sabiamente seu estado de espírito. Cansa. Ouve então a voz de dentro: “É hora de tentar surpreender também”<br />Se faz de sonsa e diz que são apenas bons amigos. Arrepende-se no mesmo instante. Vira de lado, pensa nele e jura que será a última chance. Favas. Não será.<br />Ela inventa historinhas com finais sempre felizes. Pra ela a felicidade está nele. O que não é de se espantar. Inconstância, palavra de ordem. Muda de idéia. Ele nunca a fará feliz, ela pensa. Mas não, ela sabe que nestes casos pensar não adianta e, contraditoriamente, agir também não iria resolver. O que fazer?<br />Ele joga. Ela entra no jogo dele. Instantes depois...ele sai do próprio jogo deixando ela assim, sem entender e nem saber pra onde ir.<br />Ela tenta uma conversa. Ele diz estar ocupado. Ela se mantém firme, arruma alguma coisa pra fazer para que instantes depois também possa não dar atenção a ele. Mesmo sabendo que isso não vai acontecer. Ele chama, ela titubeia, mas cede.<br />Ela está cega. Ele não vê o próprio sentimento.<br />Ele a confunde. Ela está disposta a tentar.<br />Ela não sabe lidar com ele. Ele não sabe lidar com ela.<br />Seres extremamente parecidos, e eles sabem disso.<br />A mulher segue o instinto. O homem deixa o instinto segui-lo.<br />Ela ama e ele não resolve.</div>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1147052256378999512006-05-07T18:32:00.000-07:002007-07-26T17:13:01.495-07:00Ao ouvir um violão que chora!<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/1600/1768612.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/916/2912/320/1768612.jpg" border="0" /></a><br />Buscando esquecer uma história que nem ao menos começou as vezes me pego pensando no vazio que já nem pertence mais a mim! Nem ao menos o vazio!<br />Só uma canção, mas nem ao menos ela toca pra que eu possa sentir você mais perto.<br />Buscando fazer da minha alegria hipócrita uma máscara dos meus eternos enganos vou mastigando o coração para que faça dele sumir as marcas que alguns deixaram.<br />Enganos, sempre eles, por vezes sempre os mesmos, por vezes igualmente diferentes e iguais, porém nas intensidades que a eles são cabíveis.<br />Ledo engano...este que sempre persegue os fracos sentimentais, que sempre fazem de um pequeno instante um grande momento para criar a ilusão de que não mais pertence a si próprio a dor causada pelo amigo enganoso.<br />Seria amigo aquele que sempre te acompanha, mas que por vezes te faz sofrer? Não sei se devo intitula-lo dessa forma, pois amigo é aquele que te faz ressurgir como uma Fênix, e não aquele que te passa uma rasteira todas as vezes que você, inconseqüentemente busca uma ascensão dos fatos.<br />E volto a buscar o esquecimento da história sem inicio, pois como diria a cantora, viver é um livro de esquecimento, Mas como esquecer algo que não teve inicio, logo sem meio e por fim, sem fim?!<br />Quantas complicações envolvem o simples fato de gostar. Um homem e uma mulher que jogam com aquilo que seria bem mais fácil apenas ser sentido. Os amigos que engolem ao invés de dizer o que está engasgado. Os inimigos que se odeiam que por haver tais sentimentos com certeza um dia se amaram.<br />Seria tão mais simples e gostoso apenas gostar ou odiar. Apenas sentir. Apenas saborear. Mas não, isso é irreal quando trata-se de um sentimento que assalta dois de uma só vez.<br />O sentimento quando sustentado sozinho desmorona facilmente por não haver alicerces suficientes que agüentem estruturas duplas.<br />Um mais um são dois que por formarem dois é preciso que juntos formem um. É matemático, é concreto, é musical.<br />Porém, este é apenas um detalhe perante a olhos que são incapazes de se amar e de amar ao segundo. Portanto, todavia, contudo, quando o sentimento depender de um para que seja forte, o mesmo desmoronará pois sozinha eu nunca conseguirei!Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-27610451.post-1146890376914302472006-05-05T21:34:00.000-07:002007-07-26T17:22:14.425-07:00Se a saudade apertar, lembra que eu também sinto saudade<strong>Quando a saudade apertar lembra daquele sorriso, daquele gosto de fruta, das longas horas em que se olha nos olhos e nada diz, mesmo porque a ocasião se entende por si só.<br />A saudade dói quando chora, quando lembra, quando ouve, quando encanta com encantos únicos. Dói quando se ama, quando chega e principalmente quando parte.<br />Nas lembranças restam o resto de outrora. Resta aquele único fio que segura os pensamentos de ontem que poderia ser hoje, amanhã e depois.<br />E se incontrolável for a dor, como certamente é, se agarra naquele fio pois mesmo que tenda a despencar, pelo menos resta o fio.<br />Na saudade busco o que resta de lembranças, revirando o baú e dele retirando o ultimo deleite dos momentos. Ergo aquele velho taco descolado do quarto para que debaixo possa retirar aquele retrato, aquela carta, que lá estavam guardados para que o tempo tratasse de apagar os registros de uma felicidade que não posso dizer que foi em vão. Porém, não são os retratos e as cartas que um dia sumiram que vão deixar que eu apague tudo de uma vez por todas.<br />Sentir saudade é natural. Dói, mas com o tempo vira apenas lembrança e esta não irá machucar tanto.<br />Se sentes saudade é porque lembra, e se assim o faz lembre que foi eterno no seu espaço de tempo cabível.Lembra dos pequenos instantes que se tornaram grandes momentos.<br />Me busque no seu mais intimo pensamento e veja que ainda estou por lá.Se procuras saber como ando, creia que estou bem. Se queres saber se continuo acreditando no inacreditável, acredite, ainda acredito que se lembra de mim. </strong>Natalia Gregolinhttp://www.blogger.com/profile/10071364064030019794noreply@blogger.com6